Topa conquista Medalha Paulo Freire
O Programa Todos pela Alfabetização (Topa), que já alfabetizou 1,4 milhão de pessoas na Bahia, conquistou o prêmio nacional Medalha Paulo Freire, promovido pelo Ministério da Educação (MEC). A comenda foi entregue pelo ministro da Educação, Aloízio Mercadante, à coordenadora do Topa, Elenir Alves, durante o VI Confintea Brasil +6 – Seminário Internacional de Educação ao Longo da Vida, que está sendo realizado até esta quarta-feira (27), em Brasília.
Ao todo foram 65 inscritos, com experiências exitosas na educação de jovens e adultos no Brasil. Além da Bahia, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina tiveram instituições agraciadas com a medalha. “É uma emoção muito grande receber esta medalha porque toda a concepção de alfabetização do Topa é Freiriana. Vale lembra que o Topa é desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado em parceria com o governo federal, com o apoio dos municípios e de entidades sociais. Por meio desta grande rede de parceria, estamos conseguindo superar o analfabetismo na Bahia e conquistamos este reconhecimento”, disse Elenir Alves.
Criado em 2007, o Topa já alfabetizou 1,4 milhão de jovens acima de 15 anos, adultos e idosos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular. Em 2016, com a 9ª etapa do programa, mais 50 mil devem ser beneficiados. As prioridades, nesta etapa, são os moradores de municípios que ainda apresentam alto índice de analfabetismo, especificamente os que possuem, em números absolutos, acima de dois mil analfabetos, além da população de etnia cigana, quilombola, população moradora de rua e pessoas privadas de liberdade.
O Topa tem contribuído para mudar a vida de muitos baianos. É o caso de Reinaldo Silva, aluno do programa e morador do município de Ipiaú, no sul baiano, que, somente aos 35 anos, aprendeu a ler e a escrever. “Escrevi devagarzinho, com a cabeça baixa e tome lápis pra dentro. Fui olhando as letras, dividindo, soletrando e lendo os nomes”.
Dona Aflordilma Souza da Silva, 49, também de Ipiaú, e Cleide Dias Silva, de Inhambupe, na região nordeste, são outras alfabetizadas do Topa.Aflordilma destaca o incentivo e o compromisso dos educadores do programa que a ajudaram no processo de alfabetização. “A minha professora sempre ia na minha casa me incentivando, aí eu decidi ir para o Topa. Realmente gostei, estou aprendendo a ler e escrever e já estou lendo bem. A pró ensina muito bem, e, por isso, a gente procura caprichar”.